quinta-feira, 3 de junho de 2010

Pat de São Vicente vai atender pessoas com deficiência

A Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) em parceria com a Secretaria de Relações do Trabalho e Geração de Emprego e Renda de São Vicente (Seter), inaugurou esta semana na Rua Frei Gaspar, 2.577 – Parque São Vicente o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). Para se cadastrar o trabalhador deve comparecer ao departamento de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas portando carteira de identidade, CPF e carteira de trabalho.

Além de inscrição, o programa oferece outros serviços, como emissão de carteiras profissionais, entrada no seguro desemprego, consulta de vagas disponíveis e inscrições para cursos profissionalizantes. No local, o trabalhador com alguma deficiência pode se cadastrar no Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (PADEF). Atualmente a administração municipal vem promovendo várias ações com intuito de incluir os deficientes no cotidiano da cidade.

sábado, 29 de maio de 2010

ADFSV realiza inscrições para curso de Auxiliar Administrativo

A ADFSV realizou na última quinta-feira na universidade UNIBR, avenida Capitão mor Aguiar,798 - Parque Bitarú - São Vicente, inscrição para o Curso de Auxiliar Administrativo para Pessoas com Deficiência.

A iniciativa conta com parceria da ADFSV, AVAPE e Caterpillar. O curso tem duração

2,5 meses e vai possibilitar aos participantes formação profissional e inserção garantida no mercado de trabalho. As inscrições foram feitas por ordem de chegada e os interessados em vagas remanescentes ou em permanecer no cadastro de reserva devem entrar em contato com a associação pelo E-mail: adfsvcom@gmail.com até dia 31/05.

terça-feira, 25 de maio de 2010

INCONSISTÊNCIAS SOCIAIS

Difícil entender claramente o que seria considerado atualmente como sociedade formal. Para isso teríamos de caminhar em meio a conceitos e regras estabelecidos em uma rede complexa de sentimentos intrínseco e extrínseco; conchavada em guetos escuros e escritórios reluzentes, que comumente aceitamos e chamamos de relações sociais. Deveríamos deixar a superficialidade de lado para entrar num labirinto infinito de relações humanas cada vez mais efêmero e distante do realismo cotidiano que nos cerca. Seria como sair em uma viagem insólita, por caminhos ainda desconhecidos mesmo por aqueles que mais procuram entendê-los. Hoje é comum esbarrar em situações quase que inexplicáveis, onde o “homo sapiens” assume a postura de carneiro num determinado momento e em outro mostra sua verdadeira vocação, vociferando e arregaçando os caninos. A sociedade que se projeta no inconsciente coletivo construtivista, sustentável e inclusiva caminha a passos largos para a aniquilação, deixou de ser sujeito em sua própria relação, passando a objeto do processo a muito. Em meio a um cotidiano inseguro e perplexo caminha a humanidade dia-a-dia apenas contando com a sorte e a benção do criador para garantir o mínimo de proteção. Massa esta que esbarra com a ignorância e a projeção do inevitável a todo instante, enquanto os donos das cordinhas lá de cima sacolejam e observam as marionetes do sistema em sua inocuidade. Enquanto isso, no plano superior, os então mandatários nos afrontam com suas ações exponenciais. Em nossa cidade a Polícia Militar do Estado de São Paulo nos brinda com a criação de um pelotão de trânsito que em menos de 15 dias consegue eficazmente elevar o seu numero de multas em mais de 350%. Digno de louvor . Difícil acreditar, sendo esta a mesma polícia que constantemente se esquiva nos conselhos de segurança afirmando não ter contingente para assegurar ao munícipe vicentino o mínimo de segurança. Apartando-nos do centro, nos bairros, a ausência total do Estado é uma constante e o crime organizado assume o controle, gerando medo e insegurança aos moradores. Difícil engolir tamanha inconsistência na proteção e segurança à pessoa e exagerada eficiência na aplicação de penalidade ao contribuinte que por ventura comete algum deslize no trânsito . Hoje a sociedade entende que a isonomia da ação policial começa a ser questionável quando o oficial da lei recebe beneficio extra em seu soldo por exercer seu arbitrário poder. Quando dentro de um sistema organizado a vida é colocada de lado e os esquemas de poder subjugam a capacidade de interpretação, a sociedade tende a ruir. Se difícil é permanecer calado, pior ainda de olhos arregalados assistir passivo à tamanha incoerência.

Fatos do Dia-a-Dia

Não adianta ficar reclamando nem chorando pelos cantos. A vida é o que é...O negócio é viver... Ela passa rápido, e temos que tirar prazer de onde parece que não existe, essa é a síntese de tudo...Porque se perfeição física fosse sinônimo de felicidade, o mundo não estaria nas condições que está. Muitos dos fisicamente capazes não sabem valorizar o que tem. Então, galera, somos os “the Best.”.. Matamos um leão por dia para viver... E sorrimos de nossas mazelas... O que não der pra fazer em pé... Faz sentado... Não dá? Faz deitado... Ainda não dá? Faz na imaginação! Pois é em nossas cabeças que conseguimos ou não encontrar o pote de ouro no fim do arco-íris... Entendeu? Não? Então pensa bem... Viver é sempre maravilhoso. E se você sofre por alguma coisa... Nem esquente porque você não é o único e nem o último... Bem vindo ao mundo dos que só são excluídos se quiserem...
Gente, é encrenca mesmo querer encarar esse mundão aí fora... Eu estou cursando faculdade, sempre foi meu sonho... Infelizmente muitas dificuldades não me permitiram realizar, e agora só agora resolvi encarar essa. Antes tarde do que nunca. Enfim, nesses dias, ao término da aula fui para o ponto de ônibus com uma amiga de classe, ela muito prestativa ali ao meu lado perguntou qual circular iria pegar,falei e ela ficou atenta, pois como sempre o ponto de parada fica num lugar horrível e todas as pessoas se colocam de pé na sua frente... Nem te enxergam acho, ou não querem enxergar... Ela parou o ônibus toda feliz para mim e eu disse: Esse não tem elevador... Não dá, tem que esperar um com elevador... Ela arregalou os olhos indignados... Como não? Não são todos que tem? Que absurdo!Como pode? Todos deveriam ter? Eu simplesmente sorri para ela e achei incrível como ela nunca tivesse observado que os ônibus em sua grande maioria não têm adaptação... Que as ruas não têm guias rebaixadas... Que as calçadas não dão condições de passeio... Então observei que o mundo do andante é outro. Seu olhar sobre o mundo é outro e ele só vai ver o mundo como nós quando nós mostrarmos a ele. Se nos mantivermos guardados em casa por causa das dificuldades de acesso lá fora, pouca coisa mudará, porque a sociedade é volátil... E se não participarmos dela ficaremos para trás.

Adelina Perez, bailarina especialista em dança em Cadeira de Rodas e estudante de Serviço Social na Unifesp.

Meu Direito

Na Constituição de 1988, abriu-se um espaço para a sociedade organizada mostrar de que forma gostaria de ser administrada. Uma das formas mais eficazes foi a criação dos conselhos municipais, órgãos que deveriam ser compostos por membros da comunidade, poder publico e entidades representativas, que iriam buscar na base as sugestões para melhorar a qualidade de vida de determinado segmento.
Esse instrumento para nós refere-se aos Conselhos Municipais das Pessoas com Deficiência. Organizados na maioria das cidades com a participação do governo local, entidades e pessoas físicas.
A principio estes conselhos deveriam propor políticas públicas e esclarecedoras dirigidas ao segmento ao qual representam e abordar assuntos diversos de interesse comum. Foram idealizados para questionar, direcionar e fiscalizar políticas dirigidas ao segmento que representam, estando por vocação habilitado a pressionar e cobrar do poder local as demandas apontadas em suas reuniões. Para representar os deficientes especificamente foi criado o CONDEF (Conselho Municipal dos Portadores de Deficiência) na maioria dos municípios brasileiros. Este em nossa região deveria atuar como normatizador, fiscalizador das políticas públicas e objeto de apoio ao movimento.
Temos em nossa região Conselhos que representam a Pessoa com Deficiência de forma eficaz e satisfatória, exportam conhecimento e são reconhecidos no país inteiro. Conseguiram demonstrar que a parceria séria com os órgãos públicos, fiscalização efetiva e a implantação de políticas sociais permitem que bons resultados apareçam. O trabalho em conjunto que dá bons resultados permite que todos sejam beneficiados sem distinção, objetivo de todo governo socialmente correto. Fazendo um comparativo entre os conselhos da Baixada esbarramos no de São Vicente que ao contrario dos outros caminha na contra mão de direção. Seu ostracismo, postura passiva, pouco representativa e de submissão ao governo municipal acaba engessando o movimento organizado da cidade.

INSATISFAÇÃO
A maioria dos deficientes não participa das reuniões, por sentirem-se desmotivados e usados em um esquema centralizador e ineficiente para categoria. Diariamente, vários setores da sociedade aderem ás novas políticas de inclusão levando a sério a participação dos deficientes em todas as esferas da sociedade. Cabe a nossos representantes deixar o oportunismo de lado e trabalhar a questão do deficiente com mais seriedade e transparência.
Se lá em cima a Constituição Federal nos classifica de Pessoas com Deficiência, com necessidades especiais e de mobilidade reduzida, não importa a nomenclatura, também nos incentiva a buscar formas de se organizar como segmento ou como individuo, permitindo-nos buscar direitos e deveres. Se em algum momento o Estado incentivou o deficiente a ficar à margem da sociedade, jogado num canto, esperando apenas compaixão e assistencialismo, hoje o mesmo Estado repudia este pensamento. A modernidade e as novas tecnologias nos permitem alçar vôo a patamares antes inatingíveis, nos apóia a lutar por nossos ideais e abre espaço para infinitas realizações. Atualmente só há um tipo de Pessoa que a constituição não quer que sejamos: ineficiente.
Se os dirigentes a frente das instituições representativas levarem a sério suas atribuições, o movimento das Pessoas com Deficiência na Baixada e principalmente em São Vicente, só tende a crescer. Devemos buscar parcerias sérias, exemplos positivos e práticas já consolidadas de nossos vizinhos, incorporar a nossas ideias a experiência bem sucedida do Condef de Santos e Praia grande, seria um bom começo. Afinal, o trabalho executado por eles tem sido reconhecido em todo o país como de grande valia para o movimento das Pessoas com Deficiência.
Gibson Ferreira Dias é presidente da ADFSV e (vice) do Nucleo Regional das Pessoas com Deficiência da Baixada Santista.