terça-feira, 25 de maio de 2010

INCONSISTÊNCIAS SOCIAIS

Difícil entender claramente o que seria considerado atualmente como sociedade formal. Para isso teríamos de caminhar em meio a conceitos e regras estabelecidos em uma rede complexa de sentimentos intrínseco e extrínseco; conchavada em guetos escuros e escritórios reluzentes, que comumente aceitamos e chamamos de relações sociais. Deveríamos deixar a superficialidade de lado para entrar num labirinto infinito de relações humanas cada vez mais efêmero e distante do realismo cotidiano que nos cerca. Seria como sair em uma viagem insólita, por caminhos ainda desconhecidos mesmo por aqueles que mais procuram entendê-los. Hoje é comum esbarrar em situações quase que inexplicáveis, onde o “homo sapiens” assume a postura de carneiro num determinado momento e em outro mostra sua verdadeira vocação, vociferando e arregaçando os caninos. A sociedade que se projeta no inconsciente coletivo construtivista, sustentável e inclusiva caminha a passos largos para a aniquilação, deixou de ser sujeito em sua própria relação, passando a objeto do processo a muito. Em meio a um cotidiano inseguro e perplexo caminha a humanidade dia-a-dia apenas contando com a sorte e a benção do criador para garantir o mínimo de proteção. Massa esta que esbarra com a ignorância e a projeção do inevitável a todo instante, enquanto os donos das cordinhas lá de cima sacolejam e observam as marionetes do sistema em sua inocuidade. Enquanto isso, no plano superior, os então mandatários nos afrontam com suas ações exponenciais. Em nossa cidade a Polícia Militar do Estado de São Paulo nos brinda com a criação de um pelotão de trânsito que em menos de 15 dias consegue eficazmente elevar o seu numero de multas em mais de 350%. Digno de louvor . Difícil acreditar, sendo esta a mesma polícia que constantemente se esquiva nos conselhos de segurança afirmando não ter contingente para assegurar ao munícipe vicentino o mínimo de segurança. Apartando-nos do centro, nos bairros, a ausência total do Estado é uma constante e o crime organizado assume o controle, gerando medo e insegurança aos moradores. Difícil engolir tamanha inconsistência na proteção e segurança à pessoa e exagerada eficiência na aplicação de penalidade ao contribuinte que por ventura comete algum deslize no trânsito . Hoje a sociedade entende que a isonomia da ação policial começa a ser questionável quando o oficial da lei recebe beneficio extra em seu soldo por exercer seu arbitrário poder. Quando dentro de um sistema organizado a vida é colocada de lado e os esquemas de poder subjugam a capacidade de interpretação, a sociedade tende a ruir. Se difícil é permanecer calado, pior ainda de olhos arregalados assistir passivo à tamanha incoerência.

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